CORAÇÃO SOLIDÁRIO
CABO DELGADO -2020
Os primeiros ataques armados, na província de Cabo Delgado, datam do dia 5 de outubro de 2017, na localidade de Mocímboa da Praia, e tiveram como alvo três Esquadras da Polícia de Moçambique.
Nos últimos anos, a frequência dos ataques e a violência por parte dos insurgentes atingiu vários edifícios e instituições do Estado e símbolos religiosos.
Apesar da resposta das autoridades moçambicanas às incursões dos insurgentes, já morreram cerca de 1000 pessoas, existindo actualmente mais de 300.000 deslocados internos vítimas da insurgência nas comunidades de Mocímboa da Praia, Macomia, Quissanga, Ilha do Ibo, Meluco e Nangade.
Várias são as causas identificadas para o momento em que se vive em Cabo Delgado:
Aumento dos níveis de pobreza;
Frustração de expectativas;
Aumento da pressão sobre a terra;
Baixos rendimentos da população;
Reassentamentos da população;
Sentimento discriminatório em relação aos migrantes;
Tensões etnolinguísticas.
Apesar da existência de diversos recursos naturais, Cabo Delgado, juntamente com Nampula e Niassa, são as províncias mais pobres do país. Cabo Delgado é a que tem a maior taxa de analfabetismo da Zona Norte e a que tem pior taxa de acesso aos serviços básicos do país.
Numa zona onde grande parte da população vive da pesca artesanal, hoje o acesso ao mar é condicionado; muitas dessas comunidades pesqueiras sofreram uma perda considerável de renda.
As dificuldades em encontrar respostas para a inclusão socioeconómica dos jovens e o sentimento de desigualdade social tendem a tornar muitos jovens receptivos às narrativas mais conservadoras e extremistas.